quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sobre a política e a política em Gavião Peixoto



Gustavo Martins Piccolo

Inegavelmente, existe nos dias atuais uma tendência quase uníssona em se desprestigiar a função e o papel do político na sociedade. Marcas das intensas corrupções, promessas não realizadas, sonhos castrados e luares cortados ao meio por personagens que sistematicamente alardeiam flores e roubam até mesmo nossa primavera. Em Gavião Peixoto não tem sido diferente, muito pelo contrário, pois tais personagens se reproduzem de maneira assombrosa perante nossa população. Destarte, não causa espanto que a imensa maioria se sinta ultrajada em apenas ouvir a palavra política. Sentimento compreensível. Mas se a política causa essa repulsa porque falar dela? Para se enfurecer? Enraivecer?
Também, mas, além disso, é preciso ter um sentimento em conta: Fazendo política ou não estamos inseridos radicalmente em seu interior. Não há escolhas binárias do tipo sim ou não. Todos somos feitos e refeitos pela política. Então, antes que outros a façam por nós, façamo-la nós mesmos. Não existe fuga possível. Este é o sentido do poema magistral de Brecht, intitulado “O Analfabeto Político”, o qual atribui à ignorância (no sentido etimológico do não conhecer) o nascimento do menor abandonado, de uma gama de misérias que ronda nossas retinas e da pior de todas as pragas, o político pilantra, corrupto e lacaio. Lacaio por prometer fazer pelo coletivo e, posteriormente eleito, governar apenas para um pequeno círculo de pessoas, que, no mais das vezes, estão preocupadas única e exclusivamente com seus bolsos, melhor, em seu enchimento. Qualquer semelhança com o que acontece hoje em nossa cidade é mera coincidência.
Restam-nos duas opções: resignarmo-nos ou nos indignar. Escolho desde já a segunda. Jamais vou me calar quanto a este assalto sistemático de nossos sonhos, da juventude esvaída e sem horizonte, do povo consumido, das residências etéreas que nunca se materializam, da cultura adormecida e da desfaçatez imprimida por um pequeno grupo que novamente prometerá mundos e entregará somente os fundos. Pode ser que fracasse retumbantemente na empreitada, mas, qual o problema amigos? Venceremos ou cairemos em pé, sem nos curvar a estes desmandos.
Após uma vida dedicada aos estudos e as intensas leituras realizadas tenho como límpido de que podemos, devemos e faremos a História de uma forma diferente daquela que tem sido feita. É preciso que voltemos para dentro de nós mesmos e procuremos em outras técnicas do corpo e nos ardis dos frascos outros caminhos que edifiquem nossos futuros. Mais do que nunca precisamos ser políticos na mais plena acepção da palavra, ou seja, estabelecer formas que permitam a construção do bem comum.
Contra os mecanismos de força proponho a força das ideias. Isto é o que temos por ora. Pode parecer pouco, mas jamais esqueço de um livro do genial Vitor Hugo  no qual ele dizia que não há nada mais poderoso de que uma ideia que chegou no tempo certo. Este é o tempo. É hora de se mobilizar, pois quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem. Sei que a soma de duas fraquezas não compõe uma força, mas juntos, senão tivermos desaprendido a aprender, venceremos.

2 comentários:

  1. Oii, primeira visitinha por aqui o/
    Adorei seu blog!
    Estarei comentando seus post!
    E seguindo, me segue também!
    Território das garotas
    @territoriodg
    Bjss *-*
    http://territoriodascompradorasdelivro.blogspot.com/

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  2. muito bom... Gustavo!!! Vamos por todas essa bela teoria em prática...conte comigo! adivinhe quem sou...?

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